Quando pensamos na missão que temos como cristãos diante do mundo de hoje, naturalmente isso nos induz a ação. Se é missão é preciso fazer algo, e se estamos falando de evangelho, é preciso saber muito bem a respeito disso. Ação e conhecimento...
No mundo de hoje, temos muita informação. Especialistas de tantas áreas, sempre aperfeiçoando técnicas e descobrindo coisas. E muitas dessas informações querem nos ajudar a viver melhor. Sabemos exatamente como devemos viver: comer frutas e legumes, ingerir o mínimo de açúcar e gorduras, fazer exercícios regularmente, ler bons livros, assistir menos televisão, se relacionar profundamente com as pessoas, ser um cidadão consciente, cuidar da natureza...
Na revista Veja, saiu a seguinte constatação: “Uma edição de um jornal como o New York Times contém mais informação do que uma pessoa comum poderia receber durante toda a vida na Inglaterra do século XVII.”
Diante de um mundo saturado de informações e “jeitos” para tudo, como será que podemos tornar relevante nosso testemunho? Será que mais um manual de informações e regras de conduta (o cristianismo) poderá fazer alguma diferença? Fazer e saber coisas é o que pode convencer as pessoas da verdade do evangelho de Jesus?
A alguns dias atrás, numa conversa, uma amiga disse que desde pequenos ensinaria seus filhos a não beber coisas com açúcar, a evitar refrigerantes e doces e a comer vegetais. Eu, meio incrédulo disse: o problema disso é que a mamãe vai ter que aprender primeiro!
A grande carência das pessoas a nossa volta não é de fazer: o ativismo está cada vez mais em moda. As pessoas se sentem “completas” com uma agenda cheia. Quanto menos tempo sobrando, mais valorizado eu sou. Nem de saber: o conhecimento traz hoje estatus. Eu sou o eu conheço, tanto quanto eu sei. Eu valio tanto quanto eu sei. Paulo já dizia isso : “o conhecimento traz orgulho...” (1 Co 8.1)
A carência está no SER!
O que mais deprecia o evangelho e o torna sem valor diante do mundo, é o fato de haver muitas pessoas que sabem muito, fazem mais um pouco, mas NÃO SÃO nada do que sabem ou fazem. 1 Co 4.14-18 nos ajuda a perceber melhor isso.
Qual são as duas figuras que Paulo contrasta aqui? Instrutores e Pais.
Ele diz que instrutores, podem existir muitos, mas pai há poucos. Qual a diferença entre os dois?
• Instrutores instruem, claro. Passam informações e cuidam para saber se estas estão sendo cumpridas. O termo usado por Paulo, lembra os escravos que levavam as crianças a escola e cuidavam delas.
• Pai como o próprio Paulo defini, vai além disso. Tem cuidado amoroso. E o seu maior papel é ser exemplo.
O grande desafio missionário para os nossos dias, no contexto urbano brasileiro, é de pessoas se levantando no meio do povo de Deus dizendo: “Suplico-lhes que sejam meus imitadores”. Pessoas que tem desejo ardente de se tornarem pais, mães, enfim, exemplos amorosos a serem seguidos, seja pelos que estão dentro da igreja, seja pelos que estão fora.
Antes de saber ou fazer, mesmo sendo essas coisas muito importantes, é preciso deixar-se transformar pelo mesmo poder do Espírito Santo que tanto clamamos para que convença e salve os incrédulos. Então esses incrédulos poderão ver Jesus em nós, e crer.
